TROTES DA AVIAÇÃO
Este tema é muito discutido, pois, tem gente desaprova, alegando que segurança é coisa séria e
não se deve brincar, mas eu sou da turma que acha que não faz mal nenhum um
trotezinho em um novato de vez em quando. Veja alguns dos trotes de meu tempo:
A Famosa Manteiga na Máscara de demonstração,
quando você ia fazer a demonstração e na hora de colocar a máscara na boca e
nariz, pronta surpresa, tinha manteiga, chocolate e ate suco de tomate;
A mais leve que era na hora da demonstração,
era inverter as posições das portas, e você ficava com cara de bobo no meio da
cabine;
Em uma escala você chegava para o novato com
um bule com água em uma bandeja e pedia para ele descer ao porão para dar água
para o animal que La estava no maior calorão e no meio do pessoal de terra
mexendo com a carga;
A famosa lasanha que fazíamos de modess com suco de tomate e queijo, pra você ver a fartura dos voos, sempre embarcava modess feminino extra, e suco de tomate era comum nos carros de bebidas;
Mandavam o pobre
comissário buscar a chave do aeroporto na torre de controle em Foz do Iguaçu,
que possuía aproximadamente 200 degraus. Ao chegar lá em cima, o controlador
dizia que o aeroporto estava fechado por neblina e não pelo fechamento da
porta!
Outra pegadinha acontecia numa dessas escalas
rumo ao nordeste. Pediam para o comissário descer e ir até o aeroporto
solicitar um botijão de gás, pois o botijão da galley do avião estava no fim!
Não se davam conta de que todos os equipamentos são elétricos!
Faziam também pegadinhas
mais pesadas, como passar chocolate nas paredes e no espelho do toalete e pedir
para o comissário novato limpar. Diziam que um passageiro não tinha conseguido
“acertar” o local correto durante turbulência e aquela nojeira toda deveria, é
claro, ser limpa pelo mais novo;
Quando uma comissária estava em instrução,
enchiam o saco plástico para ser usado, em caso de enjoo, com banana amassada.
Tinham o cuidado de molhar com guaraná o barbante usado para amarrar a boca do
saquinho. Chamavam a pobre criatura para o meio do corredor entre os
passageiros e lhe entregavam o saquinho. Ao pegar o saco cheio e o barbante
frio e molhado que encostava na mão, não preciso descrever as cenas que
aconteciam no corredor naquele momento. Algumas comissárias pegavam o saquinho
e saiam correndo no corredor com o rosto pálido sem saber o que fazer com
aquele “troféu” e quase vomitavam na galley.
Uma das mais radicais,
foi quando uma comissária, com uma semana de voo, entrou na cabine de comando e
encontrou os pilotos discutindo por várias vezes, até que, abre a porta e
encontra o copiloto todo ensanguentado e o comandante segurando uma machadinha
(esta machadinha se localizava na cabine de comando e fazia parte do material
usado em caso de emergências). Saiu apavorada e chorando para pedir ajuda aos
colegas, dizendo que os pilotos estavam brigando e sangrando na cabine. Ao
entrar na cabine novamente, deu-se conta da pegadinha. Todos estavam rindo e
ela indignada queria saber como tinham conseguido derramar sangue na camisa. Os
pilotos explicaram: — Não era sangue, era suco de tomate.
Mas a mais pesada foi uma história que me contaram, que ocorreu nos anos 70 em um Electra indo a Belém, avião vazio quase sem passageiros, quando uma comissária, em seu primeiro voo, completamente perdida, já que naquela época não tinha instrutor e o novinho tinha que se virar sendo orientado pelo comissário mais antigo do voo, e por azar da moça um motor parou quando ela estava no corredor no carrinho, a moça ficou apavorada e na hora, abandonou o carrinho no corredor e correu pra cabine de comando, achando que o comandante não sabia do ocorrido e foi para avisá-lo, e ouviu do Comandante, que malandramente disse a ela, que a situação podia piorar, e logo que ela saiu da cabine ele e o Engenheiro de Voo pararam um segundo motor, pronto, bastou para a comissária entrar em pânico e desandar a chorar, só não teve um infarto, porque era nova. Não sei até que ponto é verdade, mas não duvido nada dessa história.
E ainda no pernoite o novato tinha que pagar uma rodada de
bebidas para todos os colegas do voo, chamado copetim, nos pernoites desde que fosse
a sua primeira vez naquele local.
VOAR UM GRANDE LANCE . HISTÓRIAS DA AVIAÇÃO.


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