O CURSO
No início do curso, eu praticamente não conhecia quase nada do que
viria a seguir, a turma foi bem eclética, alguns já eram funcionários da Varig,
em outros setores, e a maioria éramos de São Paulo. Nosso curso ficava em um
hangar da Varig, onde estava a chefia de comissários e embaixo de nós no térreo, a comissaria (cozinha
que se preparava os alimentos servidos nos aviões) de Congonhas, onde acabamos
fazendo boas amizades e comendo bons folhados. Um mundo novo se abriu, a cada aula, cada dia,
aprendia coisas novas, que jamais imaginaria pudessem existir, tivemos aula
de primeiros socorros, com direito a visita a hospital e ver um parto, etiqueta
social onde aprendíamos tudo, a maneira de se portar em aviões e hotéis e até
em casa, comidas finas, lógico já tinha ouvido falar de caviar, mas
nunca tinha experimentado e muito menos os vinhos franceses,
alemães e champanhes. As aulas me fascinavam e a parte de aeronaves, foi a que
mais gostei, pois entrar naqueles aviões, era o máximo, aprendi nomes
estranhos, que faziam parte do avião e depois descobri o porquê de aprender, muitos
termos técnicos em inglês, o que me fez começar rapidamente a aprender o
idioma, também fomos a Barro Branco, uma academia militar dos bombeiros em São
Paulo, onde tivemos um dia intenso de treinamento,com um japonês doido que
ficava dentro da Casa da Fumaça jogando fuligem na nossa cara, fomos ao Rio de
Janeiro, com treinamento de marinharia
na Baia de Guanabara, com o instrutor Roberto, um carioca boa praça que uma noite nos levou para jantar em uma churrascaria na Urca, visita ao Catering da Varig no Galeão , para conhecer como nossas
comidas nos voos internacionais eram feitas, enfim conhecemos a Varig inteira e toda sua estrutura,
para entender todo o mecanismo que estava por trás, nos dando o suporte necessários para que pudéssemos servir o passageiro muito bem. Confesso que foi uma maravilha, íamos
sempre para o curso e de volta para casa de carona com um
colega de turma que tinha carro, era eu, o motorista e mais um terceiro, que era
meu vizinho, todos morávamos no Ipiranga, pois a base era em São
Paulo e não tínhamos direito a hotel.
Quando nos formamos, no dia seguinte teve uma festa numa boate em São Paulo e o amigo de turma e meu vizinho, pegou emprestado o carro do pai, seu xodó, um reluzente Galaxie, que eu, na volta, completamente bêbado, vomitei no carro todo - o pai dele quase nos matou.
VOAR UM GRANDE LANCE. HISTÓRIAS DA AVIAÇÃO.
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Uma viagem no tempo... obrigada ✈️
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