sexta-feira, 25 de setembro de 2020

HISTÓRIAS DA VARIG - O CURSO DE COMISSÁRIO

 

O CURSO  

 

No início do curso, eu praticamente não conhecia quase nada do que viria a seguir, a turma foi bem eclética, alguns já eram funcionários da Varig, em outros setores, e a maioria éramos de São Paulo. Nosso curso ficava em um hangar da Varig, onde estava a chefia de comissários e embaixo de nós no térreo, a comissaria (cozinha que se preparava os alimentos servidos nos aviões) de Congonhas, onde acabamos fazendo boas amizades e comendo bons folhados.  Um mundo novo se abriu, a cada aula, cada dia, aprendia coisas novas, que jamais imaginaria  pudessem existir, tivemos aula de primeiros socorros, com direito a visita a hospital e ver um parto, etiqueta social onde aprendíamos tudo, a maneira de se portar em aviões e hotéis e até em casa, comidas finas, lógico já tinha ouvido falar de caviar, mas nunca tinha experimentado e muito menos os vinhos franceses, alemães e champanhes. As aulas me fascinavam e a parte de aeronaves, foi a que mais gostei, pois entrar naqueles aviões, era o máximo, aprendi nomes estranhos, que faziam parte do avião e depois descobri o porquê de aprender, muitos termos técnicos em inglês, o que me fez começar rapidamente a aprender o idioma, também fomos a Barro Branco, uma academia militar dos bombeiros em São Paulo, onde tivemos um dia intenso de treinamento,com um japonês doido que ficava dentro da Casa da Fumaça jogando fuligem na nossa cara, fomos ao Rio de Janeiro, com  treinamento de marinharia na Baia de Guanabara, com o instrutor Roberto, um carioca boa praça que uma noite nos levou para jantar em uma churrascaria na Urca, visita ao Catering da Varig no Galeão , para conhecer como nossas comidas nos voos internacionais eram feitas, enfim conhecemos a Varig inteira e toda sua estrutura, para entender todo o mecanismo que estava por trás, nos dando o suporte necessários para que pudéssemos servir o passageiro muito bem. Confesso que foi uma maravilha, íamos sempre para o curso e de volta para casa de carona com um colega de turma que tinha carro, era eu, o motorista e mais um terceiro, que era meu vizinho, todos morávamos no Ipiranga, pois a base era em São Paulo e não tínhamos direito a hotel. 

Quando nos formamos, no dia seguinte teve uma festa numa boate em São Paulo e o amigo de turma e meu vizinho, pegou emprestado o carro do pai, seu xodó, um reluzente Galaxie, que eu, na volta, completamente bêbado, vomitei no carro todo - o pai dele quase nos matou.

VOAR UM GRANDE LANCE. HISTÓRIAS DA AVIAÇÃO. 












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