domingo, 17 de janeiro de 2021

HISTÓRIAS DA VARIG - O FORMIDÁVEL ELECTRA II DA VARIG

 Esse belo avião, fez parte de meu início da aviação, foi onde tudo começou, fiquei fixo mais de um ano na ponte aérea, só voando este avião. Um avião amplo, espaçoso, mas barulheiro, foi onde aprendi os macetes de servir um passageiro. E confesso que nesse tempo todo de Electra, nunca passei um susto sequer a bordo. Só ficava com um pouco de receio de sentar nos assentos de tripulante extra do avião, que ficavam em frente aos banheiros, o local chamado de guilhotina, devido estar ao lado das hélices. Quando eu voava neste assento não conseguia deixar de pensar na tragédia que seria se a hélice se soltasse? Mas ainda bem que nunca ocorreu nada.

 Um incidente apenas em 30/06/1980, no aeroporto do Galeão, em que o avião pousou sem o trem de pouso da bequilha, onde os procedimentos foram feitos, como espuma na pista e tudo correu bem, sem ninguém ferido, inclusive por curiosidade, o ex. técnico da seleção  brasileira de futebol, Sr. Telê Santana estava a bordo.

Também tinha uma curiosidade em relação à evacuação de emergência, não havia escorregadeira inflável, então descíamos dois comissários e segurávamos em cada ponta, para os passageiros descerem, nada prático. 

Quando pensaram o Electra, os projetistas da Lockheed tinham em mente o mesmo que Ferdinand Porshe ao criar o Fusca: uma eficiência sem frescura. Ele deveria combinar a modernidade do jato com a versatilidade das hélices, aterrissar e decolar em pequenos aeroportos, voar longas distâncias quando preciso fosse (fazia São Paulo–Manaus sem escalas), em boa velocidade (651 quilômetros por hora) e que ainda por cima fosse espaçoso e de fácil manutenção. Deu certo tanta pretensão? Deu, com o Electra II. O  Electra I saiu meio troncho de asa e chegou a dar alguns vexames. Coisa de adolescente: o fervor da hélice brigava com a estrutura das asas. Corrigida a falha, decolou definitivo.

 Deixou a lição: às vezes, o sonho está certo, é só harmonizar os detalhes. Os Electras tiveram uma vida exemplar, pelo menos entre nós. Voaram, voaram, serviram, serviram, só deixaram boas lembranças e nunca machucaram ninguém. E se foram até por ali. Alguns continuam voando até hoje no continente africano.

 

VOAR UM GRANDE LANCE – HISTÓRIAS DA AVIAÇÃO..













4 comentários:

  1. Salvo engano um único ex-VARIG continua voando no Canadá, em ação anti-incêndio.
    Os africanos criaram ouviram canibalizados.

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  2. Caíram ou foram canibalizados ...
    P.S.
    Porcaria de corretor de texto.

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  3. Salvo engano um único ex-VARIG continua voando no Canadá, em ação anti-incêndio.
    Os africanos criaram ouviram canibalizados.

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  4. Salvo engano um único ex-VARIG continua voando no Canadá, em ação anti-incêndio.
    Os africanos criaram ouviram canibalizados.

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