quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

HISTÓRIAS DA VARIG - BOEING 737 - 200 -

 MOMENTOS DE PÂNICO A BORDO - TURBULÊNCIA SEVERA

O Boeing 737–200, pra mim, o fusca da aviação, um pau pra toda obra. Famoso pelo apelido de BREGUINHA. Imagine eu, um comissário com menos de dois anos de voo, conhecendo esse avião, um avião barulhento e bem mais rápido e nervoso que o Electra. Balançava muito, e as trepidações enormes , principalmente nas descidas e subidas, e  como fumante (era um tempo que era permitido fumar a bordo), sempre trabalhava na galley traseira, onde era permitido fumar. Voei este avião uns sete anos, e tive várias histórias que contarei a seguir, mas acredito que um dos maiores sustos da minha vida, achando que partiria dessa pra outra, foi nesse avião, em uma turbulência severa, além de duas tentativas de pouso.

Era noite, voo nº 124, um voo bate volta, que seria São Paulo/Navegantes /Florianópolis e São Paulo, mas que no inverno, jamais poderia ser tranquilo. Peguei uma das maiores turbulências de minha vida na aviação, aliás, a maior de todas, não ficou  um bim (compartimento acima das poltronas onde se acomodam as bagagens de mão dos passageiros) fechado, nossas malas voaram em cima dos passageiros, inclusive ferindo sem muita gravidade alguns, e as Galleys ficaram imprestáveis, para se ter uma ideia da intensidade da turbulência, nós estávamos sentados com cintos abdominais e torácicos no Jump seat (assento onde os comissários sentam durante os procedimentos , junto a porta traseira da aeronave, esse assento é retrátil), e por várias vezes chegávamos a ficar em pé. E o Pior tudo escuro, não fazia ideia da altura do avião, só ouvia as turbinas, acelerando ou não, e o avião parecia um tobogã, sobe e desce rápido, nessa hora após a primeira arremetida comecei a rezar e já achando que talvez não saísse  daquela situação vivo, os passageiros gritavam quando a aeronave dava aqueles pulos típicos de uma turbulência. Só depois da segunda arremetida é que o comandante resolveu voltar a São Paulo, e logo que pousamos e abriu as portas, quase não ficou ninguém a bordo, todos os passageiros queriam descer e não voltar mais pra lá, e pra dizer a verdade, nem nós. Depois de uma hora de espera e agonia, finalmente o voo foi cancelado,  para o nosso alívio. 

Esse avião também era conhecido pelo apelido de BREGUINHA. Na época passava na Globo a novela Brega e Chique, e comparávamos esse B.737-200 ao novo 737-300 muito mais moderno, por isso o 737-200 era o Breguinha e  737-300 o Chique. O Boeing 737-300 trazia a nova tecnologia chamada de ¨GLASS COCKPIT ¨ com instrumentos de navegação e parâmetros técnicos apresentados em uma tela EFIS, parecida com as atuais telas de computador de cristal líquido, dai o apelido de ¨Chique¨ e o nosso guerreiro B.737-200, por ter ainda os instrumentos analógicos e convencionais, era apelidado de ¨Brega¨.

Um avião muito importante para o desenvolvimento da empresa, pois era muito versátil e de fácil manuseio.

 VOAR UM GRANDE LANCE . HISTÓRIAS DA AVIAÇÃO.











3 comentários:

  1. Aqui Luiz Francisco ex funcionário Cruzeiro do Sul e VARIG aposentado, vôo SC 484 pvh/não após 30mnts já estava servido aquele lanche o Boeing 737.200 entrou num temporal com chuva, uma comissária me entregou uma latinha de cerveja, meu amigo só deu tempo eu segura no braço direito dela e o braço esquerdo ela seguro no encosto da poltrona e de repente couro tudo que era lanche , esse avião virou uma folha no ar vinha em baixo e subia, acelerava e diminuir a velocidade foi uns 20 mts, gritos e choros, mas graça a Deus fomos salvos, grande cmt do vôo foi mastro.

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  2. O B737-200 era também conhecido como charutinho por causa dos motores delegados e o 737-300 veio com motores mais robustos. Era nítida a diferença...

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