ACIDENTES COM OS BOEING 707
Sem dúvida alguma, o Boeing 707
marcou toda uma época na aviação brasileira, assim como aconteceu no resto do
mundo. Mas a carreira dele foi bastante conturbada.
A primeira perda foi a do
PP-VJB, em Lima, em 1962.
Em sete de setembro de 1968, o PP-VJR foi perdido em
um incêndio no hangar da Varig, no Aeroporto do Galeão, durante os trabalhos de
manutenção. Um mecânico, ao trocar as garrafas de oxigênio, resolveu lubrificar
as conexões com graxa, que entrou em combustão espontânea e incendiou a
aeronave inteira.
Em 1969, o Boeing 707-345C PP-VJX
foi sequestrado duas vezes e desviado para Cuba, mas sem vítimas a bordo.
Em 1970, o PP-VJX foi novamente
sequestrado, tornando-se uma espécie de recordista mundial nesse tipo de
evento.
Em 9 de junho de 1973, o PP-VLJ,
um B707-327C, acidentou-se na aproximação da pista 14 do Aeroporto do Galeão,
proveniente de Viracopos. Era um voo de carga, com quatro tripulantes a bordo.
O avião caiu no mar devido à operação marginal dos spoilers na aproximação,
batendo nas torres do ILS e afundando na Baía da Guanabara. Dois dos quatro
tripulantes faleceram no acidente.
Pouco mais de um mês depois, uma
tragédia muito maior atingiu o voo Varig 820, operado pelo B707-345C
matriculado PP-VJZ. Um incêndio na cabine de passageiros, iniciado em um dos
toaletes traseiros, forçou a tripulação a pousar antes da pista do Aeroporto de
Orly, em Paris, em 11 de julho de 1973. Embora o pouso
tenha sido bem-sucedido, somente um, dos 117 passageiros a bordo, sobreviveu.
Dos tripulantes, 10 dos 17 a bordo sobreviveram, refugiando-se dentro do
cockpit e saindo do avião pelas janelas do mesmo após o pouso. As mortes foram
causadas pela fumaça tóxica a bordo. Até aquela data tinha sido o pior desastre
aéreo da Varig e de qualquer avião matriculado no Brasil.
A vítima seguinte foi o PP-VJT, um
B707-341C, em 11 de junho de 1981. Essa aeronave fazia um voo de carga para o
Aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus, quando aquaplanou na pista encharcada,
pousando com velocidade de 148 Knots, batendo no balizamento, o que causou o
colapso do trem de pouso direito e perda total da aeronave. Não houve vítimas
entre os 3 tripulantes da aeronave.
Ainda em 1979, ocorre o misterioso
desaparecimento do PP-VLU. A aeronave decolou do Aeroporto de Narita, no Japão,
com destino a Los Angeles e Galeão, às 20 horas e 23 minutos do dia 30 de
janeiro de 1979. Era um voo de carga, que carregava, entre outros itens, 153
quadros do pintor japonês, naturalizado brasileiro, Manabu Nabe. O comandante do avião, 22 minutos depois de decolar, fez a primeira
comunicação com os órgãos de controle de tráfego aéreo, tudo estava normal. Mas
não houve nenhuma outra comunicação e o PP-VLU desapareceu para sempre, sem
deixar vestígios. Até hoje, ninguém sabe o que aconteceu com o avião. O
comandante do voo, Gilberto Araújo da Silva, que também comandava o malfadado
voo 820, em Orly, em 1973, e mais cinco tripulantes se foram junto
com o avião.
Em 3 de janeiro de 1987, o VJK perdeu o motor #1,
algum tempo depois de decolar de Abdijan, Costa do Marfim. Ao retornar ao
aeroporto, a tripulação perdeu o controle da aeronave e ela se precipitou na
selva, matando 12 tripulantes e 38 passageiros. Milagrosamente, um dos
passageiros sobreviveu ao desastre. Finalmente, a Varig retirou de serviço seus
últimos 707 em 1989, e todos foram vendidos.
VOAR UM GRANDE LANCE - HISTÓRIAS DA AVIAÇÃO